A IX Mostra Universitária de Arte e Cultura é um espaço de extensão do Departamento de Artes Cênicas da UFPB que congrega as licenciatura em Dança e Bacharelado e Licenciatura em Teatro, promovendo a integração e construindo algo que transcende os muros da universidade, oferecendo espetáculos, oficinas e debates, não que não existaM já outras atividades que fazem este intercâmbio, mas a MUAC constitue-se atualmente numa das mais importantes ferramentas pedagógicas, é o momento em que se vê os alunos pondo a mão na massa, criando um clima de engajamento, de vontade de participar, de fazer a diferença. Um dos pontos belos é a integração entre os vários períodos letivos, de dança e teatro, novatos e veteranos trocando experiências.
Na, quarta-feira,23 foi somente mais um dia intenso de uma programação que havia começado na segunda-feira, dia 21 de maio de 2018. Vou escrever sobre o dia 23, sabendo que ele foi somente um pequeno galho de uma imensa árvore.
A programação começou cedo, às 7 horas com a Oficina de Tai Chi Chuan ministrada por Alice Lumi no espaço da Capela Universitária da UFPB.
Depois, às 9 horas, aconteceu a Oficina Pedranças ministrada por Maeza Donnianni. Segundo ela a sua oficina trabalhou “a Metáfora das pedras na sociedade e a paragem na dança, o estudo dos atos parados, a não-dança da dança contemporânea, a investigação dos objetos sem vida em um ato de de protesto minimalista”.
O turno da tarde começou com apresentação de um trabalho desenvolvido na disciplina Estudos Avançados 3 da grade curricular do Bacharelado em Teatro da UFPB sob a mediação do Professor Ricardo Canella. Segundo Canella, nesta disciplina se estudou o solo-performance segundo as diretrizes do Ator Essencial proposto pela performer Denise Stoklos, utilizando-se das técnicas da mímmica como base para que cada aluno fizesse algo que articulasse a sua vivência histórica e social.
A paixão do palhaço , foi apresentado pelo ator-aluno João Fernandes, também autor do texto.Numa cenografia que evocava uma tenda circular que servia de camarim para um palhaço, onde havia uma mesinha, um espelho e objetos pessoais, de um lado uma bacia com água e do outro uma cruz grande.O palhaço despiu-se de sua indumentária enquanto lamentou a sua tristeza e o seu fracasso. Não teve a intenção de provocar riso. Apenas revelou ao público a face desconhecida daquele que deveria ser tão alegre quanto a personagem que encantava o público no picadeiro.
Em seguida apresentaram-se os alunos da disciplina Prática de interpretação de Origem popular, onde foram estudadas algumas técnicas da comedia dell’arte, o uso de máscaras, a construção de tipos e a improvisação teatral. Foram apresentadas as seguintes cenas curtas: Cena1 - Vai para o buraco - com Ana, Sofia, Felipe e Guilherme; Cena 2 - O ballet - com Viviane, Andreia e Dario; Cena 3 - Departamento de fraudes,desvios e propinas - com Tatiana, Ana, Jordy e Vinicius; Cena 4 - Pruuu - com Alexandre, Luana e Sofia; Cena 5 - Sala de aula - com Raissala, Viviane, Andreia e Raniele; Cena 6 - Sobe e desce da bolsa de valores - Com Victor, Vinicius, Igor, Luana e Arthur; Cena 7 - Frankstein - com Alexandre, Aninha,Dario e Sofia; Cena 8 - Alunos dos cursos importantes de medicina e engenharia - Luana, Vinicius e Jordy; Cena 9 - Curso de teatro e seus problemas - Tatiana, Alexandre, Raissala,Evandro, Raniele e Jordy.
Em seguida tivemos o solo Payaso, com texto de Joelton Barros, inspirado na música de Flaira Ferro, “Me curar de mim”. E logo após em outra espaço o Experimento Nº 1 com Raissa Medeiros.
A grupo Duo Talu apresentou a coreografia Máscara em construção com Thaysmary Ribeiro e Luana Aires. As duas bailarinas usavam mascaras primitivas, no inicio uma delas deitada no chão de madeira da sala; a outra entrou evoluindo pelo publico, interagindo e provocando. Elas fizeram emergir um sentimento de coisa antiga e tribal, tendo ao fundo em um momento a música de Mestre Ambrósio,Esperança(na mata eu tenho) que cantava “na madrugada se ouvia o som da mata se abrindo”.
A Cia Paralelo de dança apresentou a coreografia Horizonteabismo, com Milla Maggi e Débora Reges. Foi de uma força carnal, ela cegas, com seus corpos em uma luta orgásmica, percurtindo o chão com os seus corpos e percutindo-se a si mesmas como instrumentos de um combate amoroso cheias de prazer e dor.Puxões de cabelo, um arrancar-se a pele para atingir o ser da outra, para ter a outra como parte de si mesma. Duas palavras: Chama e Abismo.
Em Seguida tivemos: Modele em mim o seu você com Raissa Medeiros e Victor Lispector; Seu zé com Neto Ribeiro e Ama Antes com o Coletivo Nós.
A MUAC tem sido um grande momento de encontro e de renovação das energias criativas em um contexto tão desfavorável para as artes no Brasil atual.
A GORDA
2 years ago
No comments:
Post a Comment