O
diretor Roberto Cartaxo é um ativista do teatro sempre disposto a
educar novas gerações de artistas. Se fizermos uma pesquisa acerca
das pessoas que estão de alguma forma hoje ligadas a atividade
teatral em João Pessoa, poderemos constatar que mais da metade
passaram pelas suas oficinas e cursos de formação de atores
promovidos no Teatro Santa Roza e na Fundação Espaço Cultural.
É
um formador de atores. Este é um fruto do seu trabalho de direção
teatral. Através de seu trabalho de pedagogia cênica, que sempre
foram concluídos com a montagem de algum clássico do teatro
universal, brasileiro ou paraibano, sempre encontrava um meio de
encaixar cada ator e atriz no papel que lhes dava as melhores
condições de brilhar.
É
um diretor silencioso que vai permitindo o jogo teatral e
direcionando de forma inteligente as cenas. Ele raramente sobe ao
palco para dizer a um ator como realizar uma ação. Roberto é
paciente, apesar de que é conhecido pelos alunos e colegas pelas
explosões quando a atividade teatral é desrespeitada. Para Roberto,
o palco é uma região sagrada que ele venera com extremo rigor. É
um diretor que se vale de sua grande capacidade de pensamento visual,
é um artesão da interpretação dramática, ele compõe os espaços
com os atores, é um arquiteto do espaço teatral vivo valorizando-o
em seu conjunto, atores e espaço com o uso muito cuidadoso da
iluminação e sonoplastia.
Na
sua abordagem da dramaturgia é interessante como é capaz de adaptar
qualquer texto dramático para o seu grupo de trabalho, ele consegue
algo fantástico que é a cumplicidade de todo o elenco, formando um
único amalgama, tornando possível fazer tudo o que se possa
imaginar.
Tive
o privilégio de estar junto de Roberto, ora como ator, ora dividindo
tarefas de direção, algumas vezes como oficineiro de seus cursos de
teatro, e pude observar o seu modo de trabalhar: uma habilidade de
encantamento coletivo da equipe sob sua liderança que ultrapassa os
limites da compreensão. Ele consegue que atores iniciantes, em
condições precárias de trabalho, com pouco tempo de ensaio se
dediquem à aventura do teatro de modo total fazendo isso com extrema
disciplina e confiança.
No
seu método de criação, o texto dramático é lido para que se
compreenda o sentido da história e logo em seguida ele vai estudando
este texto de forma ativa, montando as cenas, e dando enfrentamento
aos problemas específicos de formação, como preparação corporal
e vocal, tudo isto simultaneamente. O resultado final são atores
motivados e toda uma geração que decidiu que continuaria a fazer
teatro em virtude do ensinamento de "Tio, Bob", como é
carinhosamente chamado por seus alunos.
Os
seus atores têm um comportamento de reverência, como se tratassem
com um sacerdote de Dionísio, o deus grego do teatro. Isto se deve
ao fato de que Roberto cativa os seus atores. Dá a eles a
experiência da criação teatral, conduz-lhes aos climas emocionais
proporcionando-lhes a verdade da cena.
Do
ponto de vista visual os seus espetáculos são um milagre de
aproveitamento dos recursos disponíveis. Roberto acredita na beleza
e não aceita nenhuma solução que não possa oferecer ao público a
experiência do belo. Não se filia a qualquer corrente teatral da
moda, nem se preocupa muito com a falação dos críticos. Segue
criando uma obra cênica que mereceu de dramaturgos do quilate de
Altimar Pimentel, autor do texto Alamoa, quando da montagem do mesmo
com os alunos de uma oficina, o apelido de Spielberg do teatro
paraibano. Altimar ficou pasmo quando viu a visualidade da cena,
grandiosa e cheia de efeitos, realizada por alguém que tem o domínio
preciso dos meios do palco à italiana. Poderíamos dizer que Roberto
Cartaxo é um de nossos mestres do teatro.
Nesta
composição de cena Roberto trabalha com o seu senso de espaço,
coisa que todo diretor deve atinar, o senso de profundidade e das
alturas de cena, o senso de profundidade de visão dos espectadores.
Roberto trabalha para a visão e audição dos espectadores, vai
moldando a sua cena e conferindo os resultados desta visão.
Podemos
ter de roberto este ensinamento, não ter medo de oferecer oficinas
de teatro a iniciantes e cuidar deles com tando amor e zelo que eles
queiram fazer teatro para o resto de suas vidas. Por isso, coloquei
como título, o mestre-escola do teatro, porque antes mesmo de
existir um curso de teatro Roberto Cartaxo foi e ainda é um dos
grandes formadores de atores da Paraíba. Este é o seu trabalho.
É
uma das referências do teatro paraibano. Hoje muitos atores
profissionais e amadores, professores e pesquisadores de teatro,
foram alunos de Roberto e se dedicaram às artes cênicas em virtude
dele ter despertado neles o amor ao teatro.
Roberto
cartaxo é um diretor que prima pelo bom acontecimento do fenômeno
teatral: a cumplicidade entre os atores e o publico.
ROBERTO
CARTAXO, FELIZ 2018, QUE VENHAM NOVOS ESPETÁCULOS.
No comments:
Post a Comment