Sunday, April 04, 2021

ENTREVISTA SOBRE O AUTO DE DEUS

 Em 2004 a jornalista Adriana Crisanto publicou uma entrevista comigo no antigo Jornal O Norte, hoje, fora de circulação.

Segue a minha resposta ao seu email que foi publicada no referido jornal.

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Cara Adriana,

Devo-te desculpas pelo pequeno atraso em responder às tuas questões. Como já te antecipei no correio eletrônico, tive que correr com as gravações do primeiro especial de teledramaturgia da TV UFPB. Seguem agora as respostas conforme me pediste. Obrigado antecipadamente.


RESPOSTAS


1. O Auto de Deus foi escrito em que ano? Quem são os autores do texto? E ele foi encenado pela primeira vez onde?

R – O texto O AUTO DE DEUS foi escrito por mim em 1998 para concorrer a um edital de montagem para escolher um espetáculo para a páscoa daquele ano promovido pela Fundação Cultural de João Pessoa. O Projeto de O AUTO DE DEUS saiu vitorioso e teve sua primeira encenação logo em seguida. O espetáculo transferiu-se para a Praça Pedro Américo, onde reuniu uma multidão de 25 mil pessoas por cada apresentação, inovando a maneira de contar a história da morte e ressurreição de Cristo. Teve como ator convidado Eduardo Móscovis, que dividiu o papel de Jesus com outros quatro atores paraibanos. Participaram um elenco de 118 atores da cidade e uma equipe técnica de 38 pessoas.

Em 1999, o projeto O AUTO DE DEUS venceu novamente o edital de concorrência aberto pela Funjope. O sucesso do evento explodiu nacionalmente atraindo a mídia para João Pessoa. Desta vez tivemos a presença do ator convidado Marcelo Serrado confirmando o acerto da estratégia de ter no nosso elenco um artista conhecido em todo o Brasil. O espetáculo repetiu o fenômeno de público transcendendo as fronteiras do estado da Paraíba. Participaram um elenco de 127 atores da cidade e uma equipe técnica de 100 pessoas.

Em 2000, aberto um novo edital, a comissão julgadora composta por pessoas representativas das artes cênicas paraibanas, escolheram pela terceira vez o AUTO DE DEUS. Muitos críticos desconhecem que este projeto conquistou o seu sucesso, vencendo editais públicos e tendo o reconhecimento do público cada vez maior. Neste ano foram convidados o ator Thiago Lacerda para o papel de Jesus e a atriz Mariana Ximenes para o papel de Maria. O espetáculo foi colocado pela mídia nacional como a segunda encenação mais importante da Paixão de Cristo, ficando atrás somente da cinqüentenária e tradicional representação de Nova Jerusalém em Pernambuco. A mídia televisiva através do SBT, apresentou um compacto de trinta minutos por duas vezes de O AUTO DE DEUS, no Programa do Gugu, em dois domingos consecutivos. A Câmara Municipal de João Pessoa votou por unanimidade um voto de aplauso para o evento, que também passou a figurar no calendário turístico do estado através dos impressos da PB-TUR. Participaram um elenco de 135 atores da cidade e uma equipe técnica de 150 pessoas.

Em 2001, já consolidado pelo estrondoso sucesso dos anos anteriores, O AUTO DE DEUS foi assumido como ação da Funjope. Neste ano foram convidados o ator Marcos Palmeira e a atriz Maria Fernanda Cândido. O espetáculo teve um link ao vivo com o Programa Domingão do Faustão da Rede Globo e a presença de jornalistas portugueses junto a um grande grupo de representantes das principais revistas brasileiras de entretenimento, merecendo uma cobertura que transcendeu as datas do evento. Participaram 143 atores da cidade e uma equipe técnica de 200 pessoas.

Em 2002, o elenco de atores convidados teve a presença da cantora e atriz Elba Ramalho, ao lado de Thiago Lacerda e Vanessa Lóes. Participaram 176 atores da cidade e uma equipe técnica de 200 pessoas. O projeto é convidado para a Feira de Eventos da Rede Globo que se realizou no Rio de Janeiro com os principais acontecimentos culturais do Brasil em uma atividade dirigida aos grandes anunciantes da emissora.

Em 2003, a presença de Elba Ramalho, que adotou o espetáculo, ao lado de Dado Dolabela e Eliane Giardini, inauguraram uma nova fase da cenografia, que aproximou mais as cenas do público ganhando também mais espaço na praça. Participaram um elenco de 180 atores da cidade e uma equipe técnica de 230 pessoas. O evento ganha o prêmio da Associação Brasileira de Turismo.

Em 2004 O AUTO DE DEUS atinge a sua maioridade, tendo no elenco convidado Vladimir Brichta, Isabel Filardis e Christiane Torloni. A cenografia teve um momento novo com a construção de efeitos especiais, valorização do palco central com a construção da cúpula giratória. Participaram um elenco de 203 atores da cidade e uma equipe técnica de 235 pessoas. Tivemos neste ano a presença de um elenco de figuração em algumas cenas compostas de turistas em visita à cidade, em um sistema de rodízio, atendendo a grupos de hotéis,de acordo com a estratégia traçada junto ao Convention Bureau, Secretaria de Turismo do município, Embratur e PB-tur para projetar ainda mais o evento dentro do fluxo turístico nacional. O espetáculo foi gravado pela TV Tambaú e exibido na íntegra para todo o estado.

O AUTO DE DEUS projetou o talento dos atores paraibanos para além das fronteiras, que contracenaram com grandes atores e atrizes do teatro, do cinema e da televisão, levando as nossas imagens para todos os lugares onde o produto audiovisual brasileiro atinge.

O AUTO DE DEUS profissionalizou atores e técnicos numa rapidez vertiginosa e muitas questões do campo sindical somente se tornaram claras com o contexto de produção do espetáculo.

O AUTO DE DEUS tornou-se uma marca cultural do estado da Paraíba.

O AUTO DE DEUS gerou empregos na área artística, que transcenderam o período de realização do espetáculo, pois serviu de vitrine para que atores e técnicos se tornassem conhecidos por outros produtores interessados em produzir eventos teatrais.

2. A mudança do local onde o Auto de Deus era encenado também é fruto de discussões na comunidade artística. Por que a mudança de lugar?

R – O Auto de Deus foi encenado sempre na Praça Pedro Américo, no centro histórico de nossa capital. Tal escolha deveu-se à beleza do lugar com o seu entorno arquitetônico propício a um grande espetáculo e também por causa facilidade de locomoção e acomodação do público, que nos últimos anos superou todos os nossos cálculos chegando a atingir a cifra de 25 mil pessoas por dia de apresentação. A receptividade do público de João Pessoa transformou O AUTO DE DEUS em um monumento vivo.

3. Quem acompanha o espetáculo Auto de Deus diz que a montagem também sofreu mudanças. Você poderia enumerar algumas destas modificações e por que elas aconteceram?

R – O público sempre quer novidades, então é necessário inovar sempre sem perder as características originais. A cada ano acrescentávamos cenas, fazíamos modificações nas cenas existentes, reformávamos a cenografia, acrescentávamos efeitos especiais e trazíamos grandes atores e atrizes do cinema e da televisão brasileira a cada ano. Mesmo sem perspectivas de encenação trabalhamos o espetáculo para uma encenação futura com uma novidade, que serão as cenas de caráter operístico já escritas pelo professor da UFPB e compositor Tom-K , que já vinha compondo trilhas originais para várias cenas, como o “Cordeiro de Deus”, que foi interpretado pela primeira vez por Elba Ramalho; a “Canção de Verônica”, que era interpretada pela atriz Fernanda Martinês e a “Canção dos Artistas”que era interpretada pela cantora Elisa. Se algum dia uma outra cidade se interessar pelo espetáculo, a próxima encenação de O AUTO DE DEUS, irá ter uma feição de ópera com a música de Tom-K.

4. Em 2003, o ator e diretor Roberto Cartaxo e outras pessoas que faziam parte da montagem saíram do projeto. Qual o motivo da saída deles?

R – Roberto Cartaxo é um dos melhores diretores de teatro da Paraíba com uma produção constante e também um dos grandes formadores de novos talentos através dos cursos de teatro que promove. Iniciamos o projeto de O AUTO DE DEUS juntos no qual dividíamos a direção geral e individualmente cuidávamos, eu do texto e ele da cenografia. Em 2003, lamentavelmente, Roberto afastou-se do espetáculo por razões pessoais devido a outros projetos. Muitas outras pessoas por razões técnicas também deixaram o espetáculo, outras retornaram e assim por diante. Administrávamos uma produção que chegava a ter quase 400 pessoas envolvidas desde os atores e técnicos até as funções de apoio em todos os setores. Todos os que participaram em cada ano foram importante para o brilho e a magnitude que o espetáculo atingiu.

5. Existe alguma cláusula no edital do projeto Auto de Deus que se refira a contratação dos atores da emissora de televisão Rede Globo e a diferenciação no preço dos cachês dos atores?

R – O edital da Fundação Cultural de João Pessoa(FUNJOPE) não continha nenhuma cláusula se referindo à contratação de atores da Rede Globo, mas apenas que à Funjope se reservava o direito de convidar alguns atores. A direção geral do espetáculo desde o primeiro momento, via a necessidade de ter atores globais no elenco e o Diretor-executivo da Funjope, àquela época, Antônio Alcântara, era um grande entusiasta desta idéia. Quando eu e Roberto Cartaxo, preparamos o projeto para concorrer ao edital de escolha do espetáculo para 1998, nós já sinalizamos antecipadamente que queríamos Eduardo Moscovis no papel de Jesus e Carolina Ferraz no papel de Maria. Não foi fácil, mas no fim conseguimos ao menos a presença de Eduardo, graças novamente a ousadia e visão aberta para o mundo de Antônio Alcântara, que nos apoiou integralmente. Quanto a questão dos cachês, a Funjope sempre obteve a presença destas grandes estrelas nacionais por valores simbólicos, pois estavam muito aquém dos valores cobrados por eles em outras situações. Mesmo assim eram valores maiores dos que os pagos ao elenco local e isto se deve ao valor de mercado de cada artista. Todos os atores e atrizes globais vinham à João Pessoa para participar de um espetáculo, que era oferecido gratuitamente para cerca de 25 mil pessoas e este era um dos fatores que fascinavam eles, ao lado de termos conquistado uma reputação nacional que nos credenciou como um dos grandes espetáculos do Brasil.

6. Quanto era o cachê destinado aos atores globais e o cachê dos atores paraibanos?

As grandes estrelas globais vieram participar de nosso espetáculo, não pelo valor do cachê, mas sim pela cidade de João Pessoa, pela grandiosidade e originalidade do projeto. Seria uma indelicadeza de minha parte fazer tal divulgação, que inclusive poderia até mesmo prejudica-los em outras ocasiões. O mesmo se aplica aos atores locais. Seria melhor que cada um declarasse de livre e espontânea vontade o cachê que recebeu, deixando claro que pagamos a todos sempre contando com o apoio de patrocinadores que foram fundamentais na consolidação de O AUTO DE DEUS.

7. Você acha mesmo necessária à inclusão de artistas de fora no espetáculo Auto de Deus? Se acha, por que? E se não acha por que? Que tipo de retorno eles trouxeram?

R – Quem construiu o Theatro Santa Roza foi um catarinense, Francisco da Gama Roza. Não existem artistas de fora, neste sentido xenófobo da pergunta, mas artistas brasileiros que podem trabalhar em qualquer lugar do país. Aliás este é um dos grandes traços da mentalidade de alguns grupos da intelectualidade paraibana. Acontece não somente com relação aos artistas de várias partes do Brasil, mas com técnicos que vem trabalhar nas várias esferas de governo, com professores universitários que vieram erguer a Universidade Federal da Paraíba. Algo que parece estar ligado ao nosso complexo de estado pobre. Eu não concordo com esta visão pequena e preconceituosa de considerar os não nascidos na Paraíba como estrangeiros predadores, pois muitas vezes há alguns filhos da terra que contribuem para o atraso da mesma. Acho necessária a presença de atores que tenham grande impacto na mídia e podendo tê-los, vou sempre contar com as suas presenças em minhas produções. Além de ser uma opção pessoal, isto aumenta a auto-estima do elenco, nos ajuda a captar recursos com os patrocinadores, amplia a nossa presença através da mídia espontânea nacional e faz uma importante ponte com a industria do turismo e ramificações. Este retorno nós obtivemos ao longo dos sete anos, nos quais o AUTO DE DEUS esteve em cartaz de 1998 a 2004. Todos os artistas, exceto os da figuração compostas por alunos de cursos de teatro e das Escolas Municipais, tinham registro profissional, pois isto era fiscalizado pelo Sindicato de Artistas e Técnicos da Paraíba(Sated-PB). Todo o elenco, exceto apenas os três atores convidados, mas também a figurinista, o diretor musical, o iluminador, o cenógrafo, etc. eram pessoas, nascidas ou não na Paraíba, que estavam atuando no movimento cultural pessoensse desde longa data. Nunca pedimos a ninguém a certidão de nascimento, nem ficha de filiação política.

8. Sobre o caso Tiago Lacerda corre nos bastidores do teatro paraibano a notícia anônima, sem confirmação, de que o ator teria doado o cachê ao Hospital Padre Zé para amenizar os estragos de sua apresentação na cruz e os acenos para as fãs. Isso se confirma ou é mais um boato?

R - Acho que a “notícia anônima não confirmada” faz parte deste livro de recortes injustos e descorteses a que ficam submetidas as grandes estrelas. Thiago Lacerda tem sido ininterruptamente atacado pela mídia pessoensse; quando folheamos o livro de recortes com todas estas matérias publicadas, temos a sensação estranha de que o mesmo foi eleito como o Judas para ser apedrejado em sábado de aleluia. Thiago fez estas doações porque é uma pessoa de família muito religiosa, e desde o momento do primeiro convite deixou claro que não estaria vindo participar do AUTO DE DEUS pelo cachê e que a Funjope junto com o seu empresário deveriam encontrar uma instituição de caridade para o qual o mesmo seria destinado. É útil que todos saibam que este ato faz parte do modo de Thiago lidar com a fama e o sucesso com ações filantrópicas em vários outros lugares do país.

9. A cidade de João Pessoa, por ser uma capital de maioria católica, as opiniões sobre a forma como o Auto de Deus é encenado diverge. Uma destas avaliações é dos fiéis que dizem que encenação desrespeita a imagem sagrada de Deus. Como você observa este modo de ver das pessoas sobre o espetáculo?

R - A comunidade católica, evangélica e espiritualista sempre aprovou O AUTO DE DEUS. Nunca recebemos qualquer advertência de uma autoridade religiosa. Ao contrário, sempre contamos com o apoio da Arquidiocese da Paraíba e de Igrejas Evangélicas que nos visitavam. Sempre tivemos a presença de padres e pastores que vinham orar conosco e também o próprio elenco que também fazia as suas orações antes de iniciar o espetáculo. As reações adversas de pequenos setores da platéia aos autos religiosos já são conhecidas da Igreja desde a Idade Média, mas mesmo assim o teatro como instrumente de evangelização continuou a ser utilizado, pois importa que a mensagem de Jesus chegue também a estas pessoas. Diante do AUTO DE DEUS, nós tínhamos 25 mil pessoas, das quais uma pequeníssima parte próxima ao palco era de adolescentes, mas há que lembrar que havia outros milhares que estavam ali todos os anos por um ato de devoção. O AUTO DE DEUS, tanto o texto como a sua encenação, sempre respeitou a memória sagrada da encarnação do Filho de Deus.

10. Passada a tormenta do Auto de Deus. Profissionalmente falando o que o professor, ator e diretor Everaldo Vasconcelos planeja para 2005? Alguma nova montagem polêmica?

R – Se O AUTO DE DEUS foi uma tormenta, então eu te asseguro que tanto eu, como muitos artistas e técnicos, e o grande público da cidade de João Pessoa gostaram de navegar neste barco, que enfrentou todo o tipo de tempestades porque tinha a presença de Jesus entre nós. Inclusive incluímos esta cena no espetáculo para simbolizar que não devemos temer as dificuldades quando temos Deus em nossos corações. Era a belíssima cena de quando Jesus acalmava a tempestade. O espetáculo O AUTO DE DEUS era produzido pela Funjope. Uma vez que a nova direção da Fundação Cultural tomou outro rumo resta-nos compreender, que esta é a grande lição do teatro, que espetáculos nascem e morrem e renascem novamente noutro contexto. Assim são todas as coisas vivas.

11. Everaldo, como o teatro entrou na sua vida?

R - Estou com o teatro e o cinema desde a minha infância. Uma vez cheguei a construir um pequeno teatro no quintal de minha casa.

12. Você nasceu onde? E em que ano?

R - Sou um pessoensse da gema. Nasci na Maternidade São Vicente de Paula em 58.

13. Tem sobrado tempo para acompanhar o que vem sendo produzido no teatro internacional e brasileiro, nem que seja pela internet, publicações ou revistas especializadas?

R - Tenho me mantido sempre atualizado.

14. O dramaturgo inglês Peter Brook diz que todas as formas de teatro atravessam crises profundas. Você acha que o teatro paraibano está também atravessando essa crise ou passamos desta fase?

R - O teatro por lidar com o drama humano tem a propriedade de viver em crise questionando-se muito a si próprio. Há crises econômicas com a falta de apoio financeiro, mas que deveriam ser superadas em João Pessoa pelo Fundo Municipal de Cultura e a nível estadual através do Fundo de Incentivo a Cultura. Mais recentemente, é louvável a idéia do Vereador Fuba de criar o Gabinete de Cultura para alavancar a cultura pessoensse.

15. Existem métodos para se atingir o espectador no teatro? Quais são seus métodos?

É preciso estudar e praticar muito a arte do teatro para se atingir o espectador adequadamente. No teatro vale a lei de que os semelhantes se atraem, como na magia, e isto vale para os integrantes dos grupos que produzem um espetáculo e também para a sua relação com o público. As pessoas sentem-se melhor próximo perto daquilo que lhes é conhecido e que não lhes apresenta nenhuma ameaça. Muitas vezes o público tem razões que toda a teoria do espetáculo desconhece.

16. Nos últimos anos a temática regional tem dominado o teatro no nordeste, a exemplo de Vau da Sarapalha, Como nasce um cabra da peste e outros espetáculos que desconheço. A que você atribui essa preferência? Será que estamos gostando mais de nossa história, de nossa gente?

R - Não estamos fazendo teatro "regional", mas falando para o mundo de nossa identidade cultural. Pode parecer exótico e "regional" para quem está muito distante, mas é algo que nos equaciona num palco de forma pura e bela.

17. O ator Paulo Autran disse certa vez que hoje existe o risco das pessoas iriem ao teatro por ascensão social ou por outro lado ficar submetido a aspectos puramente comerciais. Como você avalia essas vertentes do comercial e social?

R - Numa arte que celebra a vida do espírito humano e que tem a vida efêmera da duração de um espetáculo diante do público, há espaço para todas as vertentes, todas as experiências, todos os destinos e desatinos.

18. Você tem alguma preferência teatral? Se tem por que?

R- Prefiro todo o teatro assumindo o paradoxo de suas contradições.

19. Como está hoje o ensino das artes cênicas na Universidade Federal da Paraíba?

R - A Universidade Federal da Paraíba criou o Departamento de Artes Cênicas, que oferece uma Pós-graduação em Representação Teatral e oferecerá a partir de 2006 vagas para o Bacharelado em Interpretação e Licenciatura em Teatro.

20. O que falta ao teatro paraibano para que ele evolua ainda mais?

R - Falta a Coordenação Pedagógica de Artes das Secretarias de Educação do estado e do Município. Falta a carga horária de 2 horas semanais de artes nas escolas recomendada pela Lei de Diretrizes e bases da Educação Brasileira, mas desobedecida pelos atuais governantes. Falta a restauração do Teatro da Juteca.



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